Arco e flecha
Agora é a vez do arco e flecha. Sim. aquelas finas hastes de madeira que quando bem atiradas, causam danos relevantes, pois perfuram o oponente, e caso sua retirada seja feita de forma inadequada, o dano é pior! Fiquem por dentro da arma mais famosa de longa distância!
Definição
O arco é uma arma impulsora que se usa para disparar flechas sobre qualquer alvo distante. O arco pode ser formado por uma única peça de madeira, que pode ser tão alta quanto a estatura do usuário, como o longbow(arco longo), ou várias peças recurvadas que aumentam a potência do arco, como o arco composto moderno, ou arcos tradicionais de osso ou madeira, como o turco e o japonês. O arco funciona alongando uma corda nos membros, que pode ser de fibra vegetal ou animal nos arcos tradicionais, ou sintéticas no moderno. A potência do tiro de um arco se pode ser regulada dentro de certos limites, ajustando a tensão da corda. A arquearia é um esporte olímpico, embora também se pratiquem modalidades esportivas não olímpicas que utilizam réplicas dos arcos tradicionais. Os arcos podem ter um alcance mortal de 40 a 100 metros. No caso do arco longo, até 400 metros de alcance. Uma variante do arco é a besta, que foi muito usada por mercenários genoveses na idade média e parte da idade moderna.
História
Os arco feito completamente por madeira vem sido usado por milhares de anos para a caça e para a guerra por núbios (tribos nativas africanas), os Bari (tribos africanas como os Bassa), os europeus, entre outros, desde o mesolítico. Como arma de caça, é simples, confiável e capaz de abater um animal tão grande como o elefante africano. Como uma arma de guerra, o arco contribuiu enormemente em diversas culturas. Os núbios eram famosos pela sua destreza com seus arcos, sendo conhecidos por sua habilidade de acertar no olho do seu inimigo durante suas batalhas. No Japão antigo, os arcos característicos seriam os fabricados de bambu e de madeira, conhecidos como youmi, sendo decisivos para a guerra a cavalo entre samurais. Na idade média européia, os arqueiros ingleses eram célebres por sua destreza no uso do arco longo para a guerra, utilizando-os com grande eficácia na guerra dos cem anos (especialmente em batalhas como Crecy, Azincourt e Poitiers). As armas de fogo deixaram o arco obsoleto perante a guerra, proporcionando a seus usuários um maior alcance, potência e a inestimável qualidade de atravessar armaduras dos cavaleiros medievais. Apesar disso, os arcos feitos de madeira ou compostos de fibra de vidro seguem sendo usados por arqueiros tradicionais e em algumas associações para o esporte e a caça.
Tipos de Arcos
O arco huno é assimétrico, inteiriço e curvado. Foi inventado na Ásia Central e levado a Europa pela primeira vez pelos Hunos. Sua forma assimétrica o permitiu ser incrementado em tamanho sem restringir sua praticidade perante a montaria. A parte inferior teve que ser mais estreita para facilitar o movimento da espada e aderiu ao colo do cavalo, mas a parte superior não é tão estreita e pode ser mais larga. O resultado foi um arco mais forte e com maior alcance que o das tribos germânicas da Europa. Basicamente, os arqueiros hunos podiam derrubar seus inimigos antes que estes pudessem usar seus arcos. A assimetria, sem impedimento, conduziu o arco a uma melhor exatidão, ainda que isso fosse compensado em certa medida pelo fato de que o arco era um arco composto. O respeito que os godos tinham pelo arco huno foi passado oralmente durante um milênio entre as tribos ge
rmânicas e chega até nós pela saga escandinava Hervarar. O rei Geatish Gizur abordava os hunos dessa maneira: Eigi gera Húnar oss felmtraða né hornbogar yðrir ("Não tememos, nem aos Hunos, nem seus arcos curvados").
O arco húngaro, é uma melhora do arco huno, simétrico, inteiriço e curvado. Foi inventado na Ásia Central. Eles melhoraram o arco huno alargando sua parte inferior até que ambas metades fossem de igual tamanho. Essa simetria aumentou tanto seu alcance como sua precisão. Se o arqueiro usava o arco húngaro e montava, ele necessitava se levantar sobre o cavalo, uma ação que foi impossível até a invenção do estribo.
O Arco Persa-Pártio é um arco inteiriço simétrico curvado feito do corno do íbex-dos-alpes, (ou para arcos de baixa qualidade, de boi) e também de gazela, cervo, ou tendões de boi, e em geral mesclado com um tipo de adesivo. Estes arcos são submetidos a uma grande tensão e as palas deste se entrecruzam. O arco, uma vez terminado, é coberto de coro fino ou, em alguns casos, de pele de tubarão e depois o isolam da umid
ade. Tradicionalmente, os tendões de boi são considerados inferiores aos tendões de gamos.
Os arcos persa-parto estiveram em uso até 1820, na pérsia (atual Irã). A partir daí foram substituídos pelos mosquetes. A tecnologia na fabricação de arcos melhorou, mas o fundamental se manteve durante séculos. Os iranianos que emigraram da Ásia Central e sul da Europa e se fixaram no Irã atual, levaram consigo o tiro com arco e cavalo e melhoraram os arcos compostos no oriente médio. Nômades como oscítias, e os sármatas foram arqueiros consumados. Os partos, originados de uma tribo cítia, eram arqueiros a cavalo célebres. Usando arcos Persa-Pártio, os pártos inflingiram várias derrotas devastadoras aos Romanos. A batalha de Carrhae é provavelmente a primeira vitória decisiva de arqueiros a cavalo armados com arcos Persa-Pártio sobre uma infantaria pesada
O Arco Mongol é o modelo que faz referência ao típico arco curvado asiático, fabricado como um arco inteiriço, com o corno de um íbex (de acordo com a tradição), de búfalo de água, tendões, e bambu. A principal diferença técnica para distinguir um Arco Mongol de um Arco Húngaro é a presença de uma corda sujeita a um acessório de corno ou madeira, que mantinha a corda um pouco mais distante dos braços do arco. Este acessório, como se diz, ajudava o arqueiro com uma vantagem mecânica ao final da contração, o dava um estalo, suplementava-o porque acelerava a corda depois de sua liberação. A tradição mongol da arquearia é testemunhada por uma inscrição em pedra que foi encontrada a cerca de Nerchinsk, na Sibéria: "enquanto Gengis Khan mantinha uma reunião com dignitários mongóis, dispunha de suas conquista em Sartaul. Esungge (sobrinho de Khan) disparou a uma distancia de 536 metros".
O Arco Coreano é muito potente, e seus usuários podem disparar a uma grande distância. Isso é possível porque, provavelmente, os coreanos passaram muito tempo aperfeiçoando-os devido a sua carência de fuzis e outras armas de fogo. Um sukgung pode atirar a 600 metros. O tiro com arco foi praticado com grande dedicação na Coréia e muitos jovens deviam passar seu tempo livre praticando. Em uma competição, um homem dispara uma flecha a uma distância de 1073 metros.
É um arco grande, e em geral feito de malha, que dispara a uma grande distância: um arco que era construído para ser tão alto quanto o arqueiro que o levava. O exemplo mais famoso é o arco Inglês ou Galês, confeccionado tradicionalmente de madeira e de malha, e utilizado pelos exércitos ingleses com uma grande eficácia na guerra dos cem anos. À curta distância, o arco podia ser apontado diretamente a um alvo concreto, e era quase capaz de penetrar na melhor armadura de placas naquela época. Para maiores distâncias os arqueiros soltavam para o alto os projéteis que faziam uma trajetória curva até as formações inimigas, fazendo do arco longo, em alguns aspectos, algo semelhante à artilharia da era moderna. As flechas do arco longo perdiam força de penetração sendo usadas dessa maneira, mas existem histórias de cavaleiros montados cujas coxas foram atravessadas por flechas. Esse tipo de arco foi usado até a época da guerra civil inglesa, mas foi substituído em muitos casos pelo mosquete, sobretudo devido aos muitos anos de um complicado treinamento necessário para se atirar com o arco longo, mesmo que o arco tivesse uma capacidade de obter altas taxas de disparo, de 5 a 10 flechas em 30 segundos para apenas 1 tiro de mosquete durante um mesmo período. O arco, nas mãos de um arqueiro experiente, era também sem dúvida muito mais preciso que o mosquete, e tinha até um alcance maior. O mosquete, como a besta, podia ser utilizado relativamente com pouco treinamento e tinham as vantagens psicológicas de produzir fogo, fumaça e estrondos em abundância quando disparado.
O arco plano é um arco não reforçado, feito de madeira, como o freixo, plantas do gênero Carya e carvalho. Seu nome é devido ao fato de seus membros serem planos em vez de curvados. O arco plano comum é feito de álamo branco, semelhante ao freixo com as palas de uns 5 centímetros de grossura, afunilando-se a 1 centímetro com o ponto de união da corda com a pala. Fabrica-se com aproximadamente 1,67 metros de largura e de forma elíptica, com um ótimo potencial de tensão.
Um arco mecânico onde a corda é atada a um suporte de madeira que a mantém. Quando o disparador é acionado, o suporte de madeira libera a corda do arco. A besta requer menos força para o disparo (mais para carregá-la) e pode ser disparada sem muito treinamento e conhecimento prévio.
Um arco laminado pode ser feito de diferentes materiais laminados em conjunto para, em geral, submetê-los a uma tensão maior. Os arcos hunos e húngaros usam o corno no seu reverso e o tendão por cima deste. São arcos curvados com as palas dobradas sobre si mesmas levando a uma enorme potência comparativamente ao seu tamanho. O arco inglês tem uma composição natural de malha e durâmen. O durâmen está no interior do arco e oferece resistência a compressão e a malha se encontra no exterior e proporciona elasticidade. Os arcos compostos modernos podem ser feitos de madeira, plástico e fibra de vidro. Estes materiais são pouco afetados pela mudança de temperatura e umidade.
Uma balista se assemelha a uma besta de grande tamanho, mas usa a torção em lugar da elasticidade para lançar projéteis. Foi usada como arma de cerco e é muito eficaz porque só requer a ajuda de um homem, disparando grandes setas e lançando pedras.
Um arco composto é um arco moderno que tem polias ou discos nos extremos dos membros pelos quais passa a corda. Como o arco se estica com a ajuda das polias, em sua vez, reduz a quantidade de força necessária para esticar a corda por completo. São pouco afetados pelas mudanças de temperatura e umidade e proporcionam uma maior precisão, aceleração, e alcance em comparação com o arco longo. A diferença dos arcos convencionais que em geral são feitos de madeira ou de madeira laminada com outros materiais, os arcos de polias são fabricados apenas em alumínio e materiais compostos. Foram primeiro patenteados por Holless Wilbur Allen nos EUA nos anos 60 e vêem fazendo cada vez mais sucesso. Com uma única corda convencional, conforme esta é estendida a tensão vai aumentando, fazendo com que o arco deva ser apontado e liberado rapidamente, a corda se acelera rapidamente e diminui a velocidade até o ponto de origem, existem vantagens mecânicas para as polias:
- Ao se puxar a corda ao máximo do que se pode esticar, as polias diminuem a tensão inicial e desse modo facilitam a mira.
- As polias permitem ao arqueiro esticar as cordas ao máximo com uma maior potência que outros arcos que exigiriam uma maior força.
- A corda segue acelerando a flecha desde sua liberação até seu ponto de origem, conseguindo mais força e portanto mais velocidade.
Os arqueiros nas competições de arquearia de hoje em dia se valem, em geral, de uma ajuda ao descarregar a corda estável. Esta ajuda fixa a corda do arco em um ponto e permite ao arqueiro liberar a corda com uma pulsação do mecanismo.
Uma arbaleta é uma balista grande com grande força que, em lugar de madeira, é feita de compostos de osso em sua maioria. Os jesuítas eram famosos pelos seus arqueiros dotados de arbaletas.